Agenor – O Incosolado

Não sou poeta, longe disso, mas gosto de poesia, das que contam história, pra mim essas são as melhores. Por isso resolvi escrever algumas coisas pra postar aqui. Segue abaixo meu primeiro devaneio como “poeta” no blog, vou tentando criar coisas novas enquanto ressuscito uns textos empoeirados que do HD.

Madalena dizia que me amava
Acreditei até, por que não
Se até cueca freada ela lavava
E no passeio era só ovo e pão

O tempo passou, tornou a passar
Estávamos bem, supunha eu
Os beijos tiravam-me o ar
Mesmo eu, não sendo o tal Romeu

Estranhei, porém
Que aos poucos, de relance
Não mais a via, e tentei
Por mais que forçasse a chance

Era aprendiz, jamais sensei
Parei de procurar
Os beijos faziam falta, e como
Mas era aquele monte de roupa
Suja

O que mais chateava, na boa
Se realmente fosse embora
Se não pensava em voltar
Tirasse uma hora

E desse uma geral no lar

Vencendo a timidez e deixando a vergonha de lado

Não sei quanto a você, mas eu faço parte da gama de pessoas introvertidas. Do tipo que sempre preferiu se isolar e evitava mostrar meus trabalhos. A vergonha e/ou timidez reinavam sobre mim. Meu universo girava em torno de uma prancheta, papel, lápis e fones de ouvido. Como isso mudou? Será que mudou?

Fato é que hoje em dia é tudo mais fácil, as crianças nascem operando smartphones. Nesse ritmo, no pré-natal não vai mais ser definido se é menino ou menina, e sim se é Samsung ou I Phone. Com isso, essa geração de artistas de hoje tem uma afinidade melhor com a exposição, creio eu, porém quem é da geração anterior entende quando digo que “na minha época era diferente”.

Uma coisa era mostrar os desenhos feitos no caderno na classe, outra totalmente diferente era mostrar pro “mundo lá de fora”. Na verdade eu desenhava na classe com o propósito de ser notado, mas a partir do momento em que era notado, uma sombra de timidez tomava conta. E começavam os questionamentos internos – Será que sou bom mesmo? E se me pedirem pra desenhar algo que não consigo?

Outra confissão que tenho que fazer é que não venci esse drama na escola, saí do ensino médio com uma pilha de desenhos prometidos, que nunca foram pro papel. Agora voltando pro foco do artigo que é a timidez e a vergonha, hoje percebo que no fundo é tudo uma grande bobagem, que eu deveria ter mostrado tudo e pra todo mundo. Pra isso que a arte existe, pra ser difundida. Produzir arte é a base, claro, mas de que adianta produzir e esconder debaixo da bunda? Ainda mais com tantas vias que dispomos hoje para publicação.

E essa preocupação com a qualidade do que produzimos precisa ser superada. Uma vez li que é melhor produzirmos e divulgarmos pequenas coisas (artes) ruins ao longo da vida e aprendermos com isso do que passar a vida inteira produzindo uma grande merda, que no fim não servirá nem de aprendizado.

Por isso amigos e amigas, vamos produzir e difundir arte pelo mundo. Se serão boas ou ruins, vai depender mais do expectador do que de nós mesmos. Eu, por exemplo, confesso que não entendo Pablo Picasso, mas e daí? O cara é um mestre e pronto!

Até qualquer hora e forte abraço.

Motivação, como se manter focado e motivado

Não é raro o dia em que acordo e me pergunto: Será isso mesmo? Será que eu  no caminho certo? E a resposta óbvia – apesar de ser uma pergunta retórica – é: sei lá. E é nessa hora que entra a tal da motivação, ela precisa brotar o mais rápido possível de dentro do útero se preciso. Quando isso não acontece, e às vezes acontece de não acontecer, o dia tende a ser trágico.

Mas então, (você me pergunta) como fazer pra garantir que a motivação venha todo dia? Simples, disciplina! Qualquer pessoa disciplinada vai concordar comigo que disciplina foi uma coisa maldita dos quintos que inventaram pra garantir que algo seja feito de forma satisfatória. E como isso se dá? Você me pergunta e eu respondo pequeno gafanhoto: Ela é eficaz porque é viciante. Uma vez que você se condiciona a fazer uma série de atividades dentro de um período específico, aquilo se torna um jogo de você contra você mesmo. E o inferno está instaurado na sua vida. Afinal, ninguém gosta de perder.

Mas algum engraçadinho, metido a “stand-uper” pode dizer que “ah, minha disciplina é manter uma rotina de preguiça”. Pra essa pessoazinha de coração branco eu digo: parabéns filhote de encronha, a menos que você seja a Bela Adormecida (nesse caso, motivação pra quê?), seu futuro não será muito brilhante!

Dessa forma, o bom não acaba virando uma coisa ruim Sr. Motivação?

Agora entramos no campo do paradoxo dessa conversa toda de motivação. Se eu gosto de fazer uma determinada atividade, no meu caso o desenho, e uso uma prática chata provinda do inimigo pra me manter no foco, isso não vai acabar estragando a brincadeira? Talvez, vai depender do quanto é esse seu gostar. A disciplina que me mantém motivado é violenta, e boa parte das vezes (minto vai) todas às vezes, muito chata. Mas isso ainda não me impediu de continuar acreditando em mim. Pelo contrário, me faz querer mais, aprender mais, ler e ouvir mais. E durante tudo isso, desenhar mais.

Pra quem leu até aqui, meu muito obrigado. Esse é um post de desabafo, mas ao mesmo tempo de incentivo. Não desista do teu sonho, não pare de fazer o que ama! E vamos caminhando junto. Porque pode ser só tenhamos uma vida pra gastar, então que a façamos valer. Que a motivação esteja com você.

Abraço forte e até qualquer hora.